Os japoneses são mestres a inventar termos que representem as mais variadas condições. Não é de admirar que, para as pessoas que têm por hábito comprar livros sem os ler, tivessem criado o termo Tsundoku. Este conceito, designando a prática comum de comprar livros e empilhá-los sem usufruir do seu conteúdo através da leitura, junta os termos tsumu (“empilhar”) e doku (“ler”).
Em média um livro custa cerca de 13 euros. Portanto, praticar Tsundoku pode sair mesmo muito dispendioso. Então, talvez seja importante reequacionar o seu comportamento de compra e adquirir competências que o possibilitem ler à medida que vai adquirindo livros.
Cerca de 60% a 65% das pessoas que compra livros não o faz de forma consciente, mas por impulso. Seja por se sentirem atraídos pelo objeto “livro” ou por considerarem que vão gostar de determinado livro, investem muito do seu orçamento num ato rápido de escolha.
A biblioteca pessoal de cada um de nós representa, em última análise, quem somos. Na verdade, a forma como permitimos que os nossos livros se mantenham intactos, diz muito acerca do modo como encaramos trabalhamos nos resultados que pretendemos.
Existem várias técnicas que nos podem ajudar na compra do livro. Contudo, o mais importante é que saiba duas coisas essenciais: qual a sua intenção de leitura e quais são os seus pré-requisitos internos de leitura.
No primeiro caso temos os nossos objetivos de leitura. Ou seja, o que espera que aconteça (resultados) através da leitura de determinado livro. Aprofundar um assunto, aprender uma coisa, resolver uma necessidade, são apenas alguns pontos que surgem neste âmbito. Defina objetivos de leitura antes de comprar um livro.
No segundo encontramos a questão dos pré-requisitos. Cada um de nós tem preferências internas para adquirir e processar informação. Língua, tipo de linguagem, complexidade da obra, estilos literários, são exemplos de tipos de pré-requisitos.
Imagine que tem como pré-requisitos livros em língua portuguesa de Portugal, com uma linguagem simples, que abordam os temas de forma simples utilizando casos práticos e que sejam, preferencialmente, biografias. Ao reconhecer estas suas exigências, mais facilmente escolherá uma obra que irá, efetivamente, ler.
Tsundoku é um comportamento. E você não é o seu comportamento. Ao alterar a forma como perceciona a leitura e de como esta influencia a sua vida está a alterar esse comportamento. Como tal, sugiro mesmo que equacione os dois pontos que referi acima.
A pensar na quantidade de informação que tem para ler, seja por praticar Tsundoku ou mesmo por uma necessidade mais específica, criei o Curso Online de Leitura Rápida- Nível I.
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