Hoje, ao aperceber-me de que o dia estava submerso no nevoeiro, dei por mim a pensar até que ponto a forma como aprendemos não tem, também em si, uma certa dose de nevoeiro.
Quando aprendemos algo novo só o fazemos para termos clareza e competência acerca de uma coisa. É natural que ao início tenhamos que enfrentar o nevoeiro.
O nevoeiro da resistência a algo novo.
O nevoeiro da crença de que será difícil.
O nevoeiro da insegurança que nos diz, por vezes vezes demais, de que não somos capazes.
O nevoeiro de ausência de humildade que nos faz ir de “nariz empinado” e, desta forma, perder o verdadeiro valor do que estamos a aprender.
O nevoeiro das técnicas que não possuímos para melhor rentabilizar e usufruir da aprendizagem.
A forma como nos posicionamos na aprendizagem determina, em última análise, o que está à nossa espera no outro lado do nevoeiro. Na verdade, o nevoeiro é só uma fase. Para uns a fase da confusão em que nada faz sentido, mas que mesmo assim avançam; para outros uma barreira intransponível que os faz retrair e não avançar. Decida que tipo de aprendiz quer ser.
Tudo o que o aprendemos, e a forma como o fazemos, ajuda-nos a construir por dentro e por fora. Somos na medida do que aprendemos.
Como lidar com o nevoeiro na aprendizagem?
Mente de principiante e humildade (muita humildade).
A magia em aprender algo novo deve ser, por si só, parte da motivação. O acto de receber, perceber e aplicar informação deve conter em si um propósito bem definido. Assim que se sente o que pode mudar na nossa vida por aprender algo que ainda não sabemos, olharemos para o nevoeiro como um aliado. Como algo que nos ajuda a definir a melhor abordagem.
A mente de principiante é quando nos preparamos genuinamente para receber algo. Em que escutamos, refletimos, damos oportunidade a que algo aconteça, sempre de coração aberto.
Sermos humildes torna-nos flexíveis e atentos e em nada tem que ver com submissão. Sermos humildes na aprendizagem é estarmos abertos e disponíveis a uma nova perspetiva mesmo que abale a que temos.
Sempre que sentir nevoeiro na aprendizagem encare isso como uma bênção. Como a melhor forma de se preparar para algo grandioso que está à sua espera.