O tempo vai passando, sem pedir licença e esperar que estejamos prontos. Traz consigo mudanças, memórias e silêncios. É nesse passar inevitável dos dias que se esconde uma oportunidade preciosa: a de escrevermos a nossa história.
Cada pessoa carrega dentro de si um mundo – de experiências, lutas, afetos, descobertas e ensinamentos. Histórias de vida únicas que, muitas vezes, se perdem no tempo por não serem contadas. E é uma perda irreparável, pois, quando partimos, leva-se também um pedaço da memória coletiva, um fragmento do que fomos enquanto povo, enquanto humanidade.
Escrever a própria história é, por isso, um ato de coragem e de amor. Amor pelos que hão-de vir, pelos que nos rodeiam e, acima de tudo, por nós mesmos. É reconhecer que a nossa existência importa, que cada capítulo vivido merece ser lembrado. Não se trata de vaidade, mas de deixar um legado, um rasto de sentido num mundo em constante mutação.
Hoje, mais do que nunca, dispomos de inúmeras formas de registar essas histórias. A escrita, contudo, continua a ter um poder singular – ela estrutura o pensamento, eterniza o sentimento e devolve-nos a voz quando já não a tivermos. Não é necessário ser escritor, basta ser verdadeiro.
Enquanto o tempo passa, deixemos que ele não leve tudo consigo. Façamos dele aliado na missão de preservar o que somos. Que o nosso legado não se perca no esquecimento, mas que fique escrito, para que um dia, alguém, talvez um filho com saudades, um neto curioso ou mesmo um leitor distante, encontre nas nossas palavras um espelho, um abrigo, ou simplesmente uma história que merecia ser contada.
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