O verdadeiro desafio (já) não é aceder ao conhecimento,
mas tornar conhecimento em competência.

Quer se fale de pessoas ou de organizações, ambas necessitam de desenvolver competências para evoluir e atingir resultados. Na base do desenvolvimento de uma competência está o conhecimento e, acima de tudo, a forma como esse conhecimento é colocado em prática. Se há pouco mais de uma década a dificuldade era aceder à melhor informação em tempo útil, hoje em dia o maior desafio é transformar conhecimento em competência.

Através de dados cedidos pela Internet Live Stats, 1.766.926.408 sites estavam online em 2017. Cerca de mil milhões de novas páginas são colocadas online por dia. A cada minuto é publicado um novo livro. Seja em suporte papel, em suporte digital, nunca se viveu numa era em que a produção de informação e o acesso à informação e ao conhecimento fosse tão rápido.

Embora muita dessas fontes de informação não sejam validadas, o facto é que basta uma ligação à internet e algumas habilidades de pesquisa para se encontrar uma resposta. Contudo, há algo que a internet não dá: experiência relativa à informação e ao conhecimento que se adquire. A experiência, ou a competência, só acontece quando o utilizador faz algo de concreto e prático com isso. Tal como afirmava Dale Carnegie: “Conhecimento não é poder até que seja aplicado”.

Certamente conhece empresas que investem muito na aquisição de conhecimento, como formação, sem no entanto conseguirem os resultados que pretendem para a sua equipa e para o seu negócio. Este é um exemplo claro de como o conhecimento, por si só, pode não ser suficiente. É, pois, necessário dar mais um passo. Tornar esse conhecimento numa evidência.

Imagine que a sua organização vai lançar um novo produto. Convoca reuniões, envia informação, faz campanhas de marketing, dá formação aos seus colaboradores. Contudo, e após o lançamento que até correu bem, não obtém o resultado que esperava. Após analisar todos os dados, chega à conclusão que os seus colaboradores, embora competentes no desempenho das suas funções, não estão a ser eficazes na apresentação desse produto ao público. A razão: falta-lhes as competências necessárias sobre o produto. Há conhecimento, mas não há competência.

Já lhe aconteceu ir a uma loja escolher um produto para comprar e o colaborador que o atendeu não ser claro no que diz e ter dificuldades em explicar esse mesmo produto? Pois bem, esse pode ser um dos seus colaboradores…

Adquirir uma competência é mais do que ter conhecimento especializado acerca de uma coisa. Um bom líder não é aquele que apenas detém conhecimento de liderança, mas aquele que é um líder efectivo. Que sabe aplicar esse mesmo conhecimento de acordo com a exigência do contexto.

Trabalhar uma competência é um ato de aprendizagem. Uma pessoa é aquilo que está disposta a aprender e, do mesmo modo, uma empresa é aquilo que está disposta a aprender.

Que tipo de aprendizagem precede uma competência?
Naturalmente que um dois primeiros passos é a aquisição de conhecimento de acordo com o impacto que se pretende. A questão do impacto é muito importante. Tem de se saber, de forma bem clara e concisa, o que se quer que aconteça.

Existem 4 estágios para uma aprendizagem eficaz e, consequentemente, para o desenvolvimento de uma competência. Estas etapas são as que garantem que uma competência é mesmo adquirida ao ponto de ser repetida sempre que necessário.

1) Incompetência Inconsciente
Neste estágio é quando uma pessoa ou uma empresa ainda não tem claro que tipo de competências necessita ser desenvolvido quer para lidar com determinada situação, quer para estar apta às adversidades (não previstas) que podem surgir.

2) Incompetência Consciente
Quando a competência necessária a desenvolver é identificada.

3) Competência Consciente
Este momento implica a aquisição de conhecimento fundamental para que a competência seja implementada. Contudo, e embora já se possa estar perante o nível de conhecimento ideal e até saber colocá-lo em prática, ainda não é aqui que se está preparado para desempenhar a competência de forma consistente.

4) Competência Inconsciente
Neste estágio a competência já está perfeitamente adquirida e quem a executa fá-lo, intuitivamente, de acordo com o contexto. Uma das mais valias deste estágio é que, quem realiza a competência só o faz quando é necessário e ajustado.

Qualquer que seja a competência que se pretenda adquirir tem, necessariamente, de respeitar estes 4 níveis de evolução. Agora já sabe porque muitas vezes os seus planos falham. O plano pode até ser o ideal, apenas não se torna consistente ao ponto de ser realizado com sucesso.

Nas grandes organizações, por exemplo, muito dinheiro se perde ao investir-se apenas numa face do conhecimento. Naquele conhecimento que não se transforma em competência.

Se ambiciona uma equipa de sucesso terá de, inevitavelmente, entender como é que esta aprende melhor e como está a ganhar competências. Portanto, o bom rendimento depende sempre de um processo de aprendizagem eficaz.

Sabe como funciona o seu sistema interno de aprendizagem?
Sabe como a sua equipa aprende?
Sabe como identificar o ciclo de competências necessário para que os resultados que ambiciona sejam reais? Que passem do papel?
Sabe como transformar conhecimento em competência?

Comece por responder a estas questões. Torne-as claras, visíveis, concretas.

O conhecimento faz-nos pensar na possibilidade.
A competência concretiza-a.