São muitos os momentos na nossa vida em que andamos derradeiramente ocupados sem saber a verdadeira razão. Tentamos cumprir todas as tarefas ao milímetro com o máximo de esforço para, ainda assim e ao final do dia, nos sentirmos esgotados e ansiosos por não termos conseguido fazer tudo o que considerávamos importante. Ficamos com a sensação de termos corrido para nada.

Mais cedo ou mais tarde acabamos por colocar a seguinte questão: por que razão tudo passa tão depressa?

Este é um dos dilemas mais proeminentes das sociedades contemporâneas. Tentar perceber como é que o tempo passa tão rapidamente tendo a perceção de que nada fizemos e que tudo continua ainda por fazer. Estar perante isto é estar à beira de um abismo para o qual a nossa vida escorre segundo a segundo e sem retorno.

Não saber lidar com o tempo que se dispõe para o bem-estar que se deseja é um sintoma de que algo está a falhar. Esta falha, normalmente sentida nos momentos mais dolorosos e sensíveis da nossa vida dá-nos, ao que Viktor Frankl chama, a ausência de sentido. Um vazio que se vai instalando silenciosa e profundamente até que, sem aviso prévio, se revela.

Este vazio é traiçoeiro, pois dá-nos a hipótese de o preenchermos com coisas, muitas vezes supérfluas, e mais tarefas. Coisas e tarefas que mais para a frente vão provocar um vazio maior e mais denso.

O tempo cronológico é igual para todos, mas o tempo interno não. Todos temos a mesma oportunidade temporal para realizarmos o que bem pretendemos. O tempo interno, aquele tempo em que gerimos a aprendizagem, as emoções e os sonhos, depende exclusivamente de ti. A forma como aprendes, geres emoções e realizas os teus sonhos determina o ponto em que estás. Senti isso na primeira pessoa e, desde que assumi isso como um dos factos de maior importância, meti mãos à obra e resolvi (re)construir a minha vida.

Como a aprendizagem me ajudou a superar barreiras
A aprendizagem é das poucas coisas que realmente nos acompanha vida fora. Há uma expressão muito utilizada na gíria da lifelong learning (aprendizagem ao longo da vida) que expressa o que digo: “from cradle to the grave” (do berço à cova). Ou seja, estamos constantemente em aprendizagem desde que nascemos até morrermos.

Somos o que aprendemos e o que fazemos com essa aprendizagem. A forma como aprendemos determina um conjunto de fatores que podem abonar a nosso favor se para isso estivermos despertos. Dou-te apenas alguns (3) exemplos:

  • A capacidade em tomar boas decisões
  • Saber identificar quando e como agir em prole de uma situação
  • Saber aplicar conhecimento a cenários concretos

Investir na aprendizagem e na leitura é dos melhores investimentos que diariamente faço. Não só pela questão do conhecimento, que é muito importante, mas principalmente pela pessoa em que me torno sempre que aprendo algo novo.Assim que estou perante o desconhecido ou o desconforto sei que tenho algo para aprender, da mesma forma que sei que isso é importante para mim. Tornou-se uma filosofia de vida. Algo a que me agarro severamente e que me tem levado dia após dia a outros níveis de crescimento pessoal.

Aprendi a aceitar a vida quando a minha mãe e o meu pai faleceram.

Aprendi a palestrar para uma audiência quando a gaguez me impediu de falar.

Aprendi a ler mais rápido quando o tempo a que podia dedicar a mim mesmo era insuficiente.

A aprendizagem salvou-me uma série de vezes da fatídica queda. Seria mais fácil desistir. Baixar os braços e entregar-me a um estado de espírito que me faria permanecer igual e infeliz todos os dias. Mas decidi aprender com o que me dói em vez de fugir.

Sucesso, abundância, autoconhecimento, bem-estar, crescimento pessoal, são apenas alguns resultados da aplicação de uma boa estratégia de aprendizagem.

O que é uma boa estratégia de aprendizagem?
Uma boa estratégia de aprendizagem é aquela que te facilita obter uma válida perspetiva das circunstâncias sempre que te é exigido para que possas agir em conformidade com os teus parâmetros de sucesso. Ou seja, aquela que te permite aprender rapidamente o que tens a aprender para que possas avançar.

De forma clássica, quando falamos em aprendizagem associamos automaticamente a palavra conhecimento. Quanto mais conhecimento melhor. Como que fosse suficiente teres todo o conhecimento dentro de ti.

O conhecimento por si só de nada serve. O conhecimento só é válido quando aplicado e posto ao teu serviço e do mundo. Certamente que conheces muita gente que tem uma enorme bagagem de conhecimento mas cujas vidas são ocas e sem sentido. De que vale o conhecimento se não o aplicarmos à nossa vida?

A tua vida não mudará só por teres conhecimento. Não te servirá de nada leres os melhores livros sem que apliques os seus ensinamentos a cenários concretos.

Como podes, com o pouco tempo que tens, aprender mais e melhor?
Estarás certamente a pensar: “César, não me venhas com conversas. Se não tenho tempo para aprender como posso aprender mais e melhor? Como posso sequer pensar em aplicar o pouco conhecimento que vou adquirindo?”.

Bem… na verdade, a questão é mesmo muito simples. A aprendizagem não depende do tempo que tens mas da forma como aprendes no tempo que tens.

Uma boa estratégia de aprendizagem aliada a um bom estado para aprender é realmente uma mais-valia para ti. Não só aprendes o que necessitas no tempo que dispões, como ficas apto a resolver (sim, resolver!) grande parte dos problemas que consideras não ter solução.

A aprendizagem funciona como uma abertura da mente ao desconhecido. Abertura esta que te dá uma nova perspetiva na forma como lideras a tua vida.

O sucesso na arte de aprender depende então do nível de responsabilidade e de expansão que estás disposto a aceitar.

Não há impossíveis, mas decisões que tomas. Como dizia Nelson Mandela: “tudo é impossível até acontecer”.