Há duas síndromes que deve evitar quando se fala em aprendizagem. São a síndrome do sábio e a síndrome do “não consigo”. Embora pareçam antagónicas, a verdade é que ambas levam ao mesmo resultado: ao fracasso.
O ato de aprender exige sempre que nos posicionemos fase à informação a que temos acesso. A postura que assumimos é tão determinante para um bom resultado, quanto as técnicas que utilizamos para o efeito.
Síndrome do sábio
O processo de aprendizagem requer entrega. E esta necessita de ser genuína. Se vamos com a ideia (e postura) de que já sabemos tudo, muita coisa nos vai escapar.
Conhece alguém que, ao ler apenas uma pequena percentagem de um livro, já pensa que sabe tudo? Quando isto acontece é sinal de que a pessoa estava a experienciar a síndrome do sábio.
Assim que tiver algo a aprender, dê hipótese ao conhecimento que lhe chega porque, em última instância, está é a dar oportunidade a si mesmo. Deixe de lado a altivez e, em alguns momentos, tudo o que já sabe. Entregue-se à mensagem e ao novo que possa aparecer.
Jamais conseguirá evoluir com consistência se considerar que a sua perspetiva é melhor do que as outras.
Síndrome do “não consigo”
Ao invés da síndrome do sábio, a do “não consigo” representa o sentimento de insegurança nas nossas capacidades de aprendizagem. Nas nossas habilidades em processar o que é novidade e aquilo em que incide o nosso sistema de crenças.
Se está em processo de aprendizagem é normal que se encontre perante uma coisa que pouco ou nada conhece. Independentemente de se sentir inseguro, só tem de avançar e confiar no que já aprendeu.
O conhecimento é escalável. Se percorreu todos os níveis da forma certa, estará apto para lidar com a nova informação e com as novas formas de pensar.
A situação de domínio de uma matéria é feita por intensidade, em que vamos do mais simples ao mais complexo. Todas as etapas são valiosas e trazem consigo um propósito.
Nos inúmeros casos de pessoas a quem tenho dado mentoria de aprendizagem, arrisco a dizer que o maior dos desafios é quando a pessoa se sente insegura no ato de aprender. Quando este é desbloqueado acontecem maravilhas. Contudo, o que se fez foi treinar a pessoa para gerir o nível de insegurança e de expectativa face às suas competências. A acreditar em si mesma e de que possui os recursos internos necessários para lidar com o que está a aprender.
A melhor atitude para uma aprendizagem eficaz
Humildade é atitude que devemos adotar quando estamos quer a ler, quer a aprender. A informação que somos capazes de processar, associar e aplicar depende diretamente da nossa capacidade de entrega. Sem julgamentos e sem ideias preconcebidas.
Se ambiciona uma aprendizagem eficaz ou mesmo uma produtividade de alto rendimento, esteja apto a aceitar o novo com total devoção e entrega. Pois, na verdade, esse é o novo que irá fazer parte de si.