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Boas Notícias – Histórias de Vida que Inspiram: N.º 5

Uma lição sobre recomeços e oportunidades imprevistas

 

Faz 50 anos que, em novembro de 1975, José Saramago deixou de ser diretor-adjunto do Diário de Notícias. O fim desse capítulo na imprensa levou-o a recentrar a vida na escrita. Nos anos seguintes publicou obras que o afirmaram como romancista — de Manual de Pintura e Caligrafia (1977) a Levantado do Chão (1980) e Viagem a Portugal (1981) —, caminho que viria a culminar, em 1998, no primeiro Prémio Nobel da Literatura para a língua portuguesa.

O ponto de viragem coincidiu com meses de forte instabilidade nos media. Entre abril e novembro de 1975, Saramago esteve na direção do DN; a saída nesse período deixou-o fora das redações e abriu espaço a uma dedicação integral à literatura. A partir de 1976, passa a viver exclusivamente da escrita, consolidando rotinas de trabalho e uma voz autoral própria.

O impacto foi estrutural para o campo literário português. O “desvio” profissional transformou-se numa obra que levou leitores dentro e fora do país a reconhecerem, no português, uma língua de grande ficção contemporânea. O percurso também revalorizou o papel das bibliotecas, editoras e escolas como mediadores de leitura, ancorando Saramago no cânone e abrindo portas a novas gerações de autores.

Mais do que um episódio biográfico, é uma lição sobre recomeços: às vezes, o que parece um fim é apenas o momento em que a vida muda de direção e encontra o seu trabalho essencial.

E tu, qual é a oportunidade que não pediste e que mesmo assim te escolheu?

 

Fontes de informação:
OpenEdition Journals – “O Diário de Notícias e o 25 de Novembro de 1975: um momento de mudanças”. vol.7 n11 | 2012.
Diário de Notícias – “O director que marcou o ‘verão quente’ de 1975” (19 de junho de 2010).
Fundação José Saramago (linha do tempo).

Créditos da foto: El Viejo Topo

 

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