Sim, reconheço que errei muitas vezes no meu caminho.
Chega o momento em que equacionamos toda a nossa vida. Olhamos para trás e sentimos uma espécie de arrependimento pelos erros que cometemos. Erros que, em algumas situações, nos custaram o sucesso, a alegria, o dinheiro que tínhamos e até mesmo a relação que vivíamos com alguém.
A minha vida não é diferente da maioria das pessoas, exceto num ponto. Sou daquelas pessoas que não se importa mesmo nada de errar. Um erro medido, como é óbvio. Mas nem sempre foi assim. Houve momentos na minha vida em que, quando errava, me julgava e culpabilizava de uma forma deveras atroz. Errar era sinónimo de fracasso e de falhanço.
Mas aprendi uma verdadeira lição: que a nossa vida tem o tamanho dos nossos erros. Quanto mais erramos mais nos conhecemos a nós mesmos e nos preparamos para as futuras quedas que poderão surgir. Errar é uma espécie de recompensa por termos decidido fazer as coisas de uma determinada forma, em vez de nada decidir ou fazer. Errar é ter oportunidade de ganhar uma nova perspetiva.
Errar. Certamente um dos verbos proibidos pelo consciente coletivo. Errar, aquela palavra que se diz baixinho na esperança que ninguém oiça.
Nelson Mandela dizia algo que representa muito bem a mensagem de que te quero passar: “Eu nunca perco. Ou eu ganho, ou aprendo”. Na verdade, não se trata de ver o erro como uma vertente do fracasso, mas da vitória. Errar não só é necessário. É fundamental!
Da perspetiva da aprendizagem o erro assume um papel de relevo. Não quer isto dizer que temos de errar de propósito ou deliberadamente. A questão é que qualquer tipo de aprendizagem implica sempre uma situação de erro. E esta aceitação é que faz com que o erro se torne em aprendizagem.
Na aprendizagem, que formas assume o erro?
Há muitas formas, mas quero falar-te de 4:
- Atalhos
Os atalhos são caminhos necessários que se tentam encurtar. A aprendizagem não está no fim, mas no caminho que percorres até lá chegar. Se fores por atalhos vais certamente ter de voltar atrás, pois escapou-te qualquer coisa.
- Síndrome do sábio
Pensar que se sabe tudo é o que nos afasta do ouro da aprendizagem. Se fores com uma atitude de que já sabes tudo e nada mais tens a aprender, claramente estás em negação. Uma negação que te custará anos de evolução.
- Fontes não validadas
Aprender através de fontes que não são validadas é correr um risco desnecessário. Um risco que te pode levar a te afastares do verdadeiro caminho. E na aprendizagem a única forma de corrigires qualquer coisa é mesmo voltar atrás. Utilizar fontes de informação não validadas pode ser o mesmo que dizer que 1+1=4.
- Reação impulsiva
A forma como reages ao erro determina diretamente a forma como aprendes. Uma reação impulsiva dar-te-á uma sensação de raiva que limita a tua capacidade de clareza. Se errares, aceita. Reconstrói e segue em frente.
Teres consciência destas 4 formas já te dará um novo impulso à tua aprendizagem.
Contudo, há sempre erros que podes evitar. Para isso é que serve o conhecimento adquirido através de livros e outras experiências. Não se trata de um atalho. Trata-se de uma estratégia sábia de ação. Se já houve quem cometesse o mesmo erro e o resolvesse por que razão terás de passar pelo mesmo? Chega assimilares esse conhecimento e colocá-lo em prática.
Uma boa aprendizagem depende sempre do aprendiz. Da forma como se coloca frente a frente com o inesperado e com o erro. É como tomar uma decisão. Uns decidem bem, outros decidem mal, outros não decidem. Em todos estes existe um resultado direto. Uma consequência que, inevitavelmente, influenciará a sua vida.
Afinal, Herrar é Umano.