Analisando a tipologia de casos das pessoas que me procuram para consultas de Biblioterapia,  a questão da falta de autoestima está, sem sombra de dúvida, no Top Mais. O curioso é que a maioria dessas pessoas consegue ver qualidades nos outros e não em si. O que está então a faltar?

És uma daquelas pessoas que consegue dar bons conselhos a outros, mas não a ti próprio? Que as motiva, mas que tens dificuldades em motivares-te a ti mesmo? Que dizes aos outros que tudo se irá resolver, mas que para ti consideras não haver solução? Que vês qualidades nos outros e não em ti?

O que têm os outros que tu não tens?
O facto de sentires que as qualidades residem nos outros e não em ti e que estás apto a ajudar todos à tua volta e não a ti mesmo, deve ser para ti uma questão prioritária à qual tens de dar resposta. Se queres avançar e elevar a tua autoestima tens mesmo de te debruçar sobre este paradigma.

Mas igual padrão também se aplica a outros. Muitos vêem em ti coisas (reais) que tu não vês. Parece que andamos a brincar ao jogo da estima, não é? Sofremos da “síndrome do bom amigo” em que somos os melhores amigos para os outros e não para nós.

Como podes então quebrar este círculo vicioso?
Alterando a perspetiva acerca de ti próprio.

A vida que tens de momento foi criada por ti. Não te iludas, grande parte foi mesmo da tua responsabilidade! Tudo o que fizeste para trás trouxe-te até o ponto em que te encontras agora. As decisões que tomaste, o trabalho e a família que tens, o carro e a casa que adquiriste, o regime alimentar que segues, o curso que tiraste, os livros que leste. Tudo isto foi escolha tua.

A perspetiva que temos de nós mesmos advém do que aprendemos ao longo da vida, mais propriamente do que aprendemos acerca de nós próprios e acerca do contexto em que nos inserimos. A tua perspetiva é a tua identidade. É com esta identidade que crias e ages.

Mudar de perspetiva é então uma questão de aprendizagem. Mas uma aprendizagem que exige que saias de ti próprio.

César, sei que pode parecer um pouco estranho teres de sair de ti próprio, mas como dizia José Saramago: “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não sairmos de nós”. E para mudares de perspetiva tens de te conhecer ainda mais e a um nível mais profundo.

Os três passos para mudares de perspetiva acerca de ti próprio
Uma das vertentes da Biblioterapia aposta na criação de novas perspetivas. E devo-te dizer que é um dos processos que mais resultados traz!

A mudança de perspetiva acontece percorrendo estes três passos:

1. Passares de criador (da tua vida atual) a observador (da tua vida atual) para haver distanciamento.
Com este primeiro passo ganhas clareza acerca do que pode estar menos bem na tua vida. Os teus comportamentos, as tuas ações, as tuas decisões.
2. Recriares mentalmente a tua vida, modelando um(a) determinado(a) personagem de um livro.
O processo de modelação é um dos mais poderosos. Não quer isto dizer que vais viver a vida de outro para sempre. Simplesmente vais sentir, através dos comportamentos de alguém com o qual te identificas, como será a tua nova vida se agisses como tal.
3. Aplicar a nova perspetiva à tua vida com ações. Ou seja, colocar em prática o que modelaste mentalmente.
Certamente terás de te esforçar um pouco e insistir. O padrão que queres alterar está em ti há muito tempo e tudo o que fazes tem na raiz esse mesmo padrão. Mas se o fizeres de forma orientada e na companhia dos melhores livros para o teu caso, terás sucesso garantido!O que podes utilizar para colocar estes três passos em ação?
As melhores leituras para o teu caso, o melhor processo de aprendizagem e a orientação certa.

A leitura dá-te a hipótese de passares por todos estes passos de uma forma tranquila, qualitativa e com verdadeiro impacto na tua vida. Há livros extremamente transformadores. Verdadeiros motores de mudança.

A aprendizagem será a forma como essas leituras serão trabalhadas e colocadas em prática.

A orientação é a mão que te guia neste processo e que te garante que não te perdes pelo caminho.

A falta de autoestima, a insegurança, as dificuldades de aprendizagem, os bloqueios, todos estes dependem da perspetiva que tens de ti mesmo. Alterar a perspetiva é, por si só, um desbloquear dos obstáculos internos que possuis.

Mudares de perspetiva é mudares a tua vida!